Comentei na penúltima postagem que foi publicado no mês de novembro um artigo que produzi sobre Educação de Surdos, na Revista Profissão Mestre. A Revista Profissão Mestre é uma produção mensal considerada como referência no segmento educacional, no mercado há 12 anos. Possui em seu Conselho Editoral grandes nomes da educação brasileira: Celso Antunes, Cristovam Buarque, Gabriel Chalita, Hamilton Werneck e Tania Zagury.
Quero contribuir para a divulgação deste material disponibilizando aqui este artigo. Na oportunidade quero agradecer à Editora Chefe da Revista, a jornalista Mariana Branco, pelo convite e parabenizá-la pelo trabalho desenvolvido. Se você ainda não conhece a publicação, acesse www.profissaomestre.com.br e confira. Vale a pena! Uma ótima dica para educadores e educadoras.
Espero que vocês internautas gostem do artigo e deixem seus comentários a respeito. Amplexos!
Quero contribuir para a divulgação deste material disponibilizando aqui este artigo. Na oportunidade quero agradecer à Editora Chefe da Revista, a jornalista Mariana Branco, pelo convite e parabenizá-la pelo trabalho desenvolvido. Se você ainda não conhece a publicação, acesse www.profissaomestre.com.br e confira. Vale a pena! Uma ótima dica para educadores e educadoras.
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EDUCAÇÃO DE SURDOS:
SOCIEDADE NECESSITA REPENSAR CONCEITOS E PRÁTICAS INCLUSIVAS DESSES ESTUDANTES NA ESCOLA REGULAR
A sociedade brasileira se despertou nas últimas décadas para os direitos de quarta geração, mais conhecidos como direitos das minorias, ou seja, das pessoas idosas, negras, homoafetivas e com deficiência, com destaque para as pessoas surdas e/ou deficientes auditivas.
Cabe, neste contexto, a análise de duas temáticas muito em voga. A primeira é sobre a melhor terminologia a ser utilizada para se referir a esse segmento. A outra diz respeito sobre o processo de inclusão de pessoas surdas em escolares regulares, numa perspectiva legal, porém também pragmática.
O termo “surdo-mudo” é totalmente incorreto. Os surdos que não emitem sons não possuem, necessariamente, nenhuma deficiência em relação à voz e aos instrumentos necessários para tal. A não utilização de sons se dá porque não ouvem. O surdo, quando oralizado, pode se comunicar por meio da fala, o que demandará acompanhamento fonoaudiológico prolongado. A “pessoa surda” – termo correto – que não é oralizada comunica-se, em regra, somente por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras) que, por ser uma língua visual-motora, não faz uso, portanto, de sons. Já a “pessoa com deficiência auditiva” é aquela que não tem surdez profunda, sua limitação sensorial é parcial, e que, em razão disso, sua identidade se dá como ouvinte, fazendo uso, portanto, de uma língua oralizada.
Em relação ao processo educacional, percebe-se a existência de dois posicionamentos nítidos: a integração (popularmente conhecida como inclusão) e a individualização (que reconhece a diferença linguística existente).
A legislação brasileira vem trabalhando a inclusão dessas pessoas em escolares regulares, com a justificativa na necessidade da socialização com o diferente. Nesse contexto, o papel da escola é de socializar, defrontar num mesmo território uma gama de diferenças, na perspectiva de trocas de experiências, e não essencialmente o processo de aprendizagem comum que a pessoa, no caso, surda, tem direito.
A crítica é que esse processo de inclusão de pessoas com deficiência é feita de maneira uniforme, não levando em consideração as especificidades de cada grupo. Há a rejeição do reconhecimento de uma diferença linguística e de formação em razão da língua, de uma identidade própria, específica da comunidade surda. A criança surda, quando colocada num território de escola regular, não consegue vivenciar de verdade a real interação, nem pode tomar decisões, pois ela é vista como exceção por seus colegas ouvintes.
Já a individualização, pelo contrário, entende que o processo educacional que reconhece a diferenciação linguística da pessoa surda em detrimento de todos os demais componentes do segmento com deficiência, que fazem uso da língua pátria, desenvolve-se na perspectiva de um processo educacional específico, que visa à aprendizagem e o fortalecimento da aquisição da Língua Brasileira de Sinais como a primeira língua, e da Língua Portuguesa como segunda língua.
Isso justificaria a existência ou permanência das instituições escolares específicas ou classes exclusivas para pessoas surdas. Para defensores desta linha, é muito claro que a realização da socialização também ocorre, uma vez que, neste território, o professor deixa de ser quem manda, e, portanto, há democracia. Há também a participação, por incorporar os pais dos alunos. É cooperativa, por ser um trabalho de todos, e também comunitária, por ser a comunidade dos surdos. É principalmente ativa, porque, ao tomarem decisões, fazem e aprendem, produzindo.
A inclusão de pessoas com deficiência em escolas regulares pode ser feita, desde que possível e, principalmente, desejado por tais pessoas. No entanto, como defende o posicionamento da individualização, esse processo deve ser diferenciado e cuidadoso, respeitando as diferenças específicas de cada deficiência e a possibilidade de aprendizagem de cada aprendiz. O aprendiz surdo só será educado essencialmente se sua língua materna, a Libras, for reconhecida de fato, respeitada e valorizada. Trata-se de uma diferenciação sociolinguística e não meramente física.
Edmarcius Carvalho Novaes, autor do livro SURDOS: Educação, Direito e Cidadania (WAK Editora) e gerente da Coordenadoria de Apoio e Assistência à Pessoa com Deficiência da Secretaria Municipal de Assistência Social da Prefeitura Municipal de Governador Valadares (MG). E-mail: edmarcius@hotmail.com
Como citar este artigo:
NOVAES, Edmarcius Carvalho. Educação de Surdos: Sociedade necessita repensar conceitos e práticas inclusivas desses estudantes na escola regulares. Revista Profissão Mestre, Ano 12, n°134, p. 13, 2010.
amei o assunto,pos me indentifico muito,a inclusão só deve ser feita se houver realmente profissionais capacitados.estamos muito carentes em relação.tenho uma filha surda e sei das dificuldades encontradas.estou na luta por uma associação justa.
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