Tarde de férias, próximo do Natal, eu em casa sem nada para fazer, descansando da vida, querendo passar longe dos livros e das teorias, resolvo ligar a tv.
Uma novela ali, um desenho aqui, um filme repetidíssimo acolá. Parei ao tentar ver um programa do SBT chamado "Casos de Família". O tema do programa (acho que cada dia deve-se debater um diferente) de hoje era: "Quero você sensual de novo".
Pelo tema já pude imaginar o que ouviria. Preparei-me o bom humor para achar graça daquilo e consegui assistí-lo. E realmente achei graça, para não falar ridículo, tanto que não resisti e aqui estou escrevendo sobre o assunto.
No palco uma mulher, de mais de 50 anos reclamando que seu marido, com quem é casada há 15 anos, já não se preocupa em dormir ao lado dela com um pijama velho, sujo e rasgado. Já não usa se preocupa usar roupas bonitas e sensuais, em se manter em forma, em levá-la ao restaurante (o sujeito respondeu que alface ela encontra por 0,50 centavos na feira...), e muito menos em usar cueca samba-calção, nem a banheira que com muito custo conseguiram adquirir (o marido, já barrigudo e que diz nunca ter traído sua esposa, afirma que precisa economizar água por ser uma questão ecológica mundial).
Depois deste animado papo vem a vez da platéia participar. Uma moça de seus 16 anos afirma que o casal precisa se amar mais, se valorizar mais. Uma senhora de idade diz que ela, assim como o marido, também não é sensual, opinando sobre o relacionamento alheio, uma terceira termina a participação da platéia dizendo que se o marido não notar a esposa que tem, o vizinho fará...
Depois destes minutos perdidos aqui estou perguntando:
a) Como uma jornalista que tinha uma trajetória tão bacana como Regina Volpato (passou pela Rede Globo e pela Band News) aceita fazer um serviço como este? Será a necessidade pessoal de se ter um programa próprio ou por quê o salário deve ser enorme? Como uma emissora, segunda ou terceira maior do país, investe em algo tão sem qualidade? Cadê programas como o extinto e saudoso Fala Garoto com Serginho Groismann?
b) Por que o governo não se preocupa com o conteúdo de programas como estes? Uma emissora de televisão é uma concessão pública que visa formar cidadãos culturalmente... mas também, é um programa do SBT, o que posso esperar de bom?
c) Como as pessoas vão para a televisão se expor desta forma, discutindo relacionamento sexual do casal na frente de uma platéia e das câmeras? O que passa na cabeça destas pessoas? Qual será a formação acadêmica e social destes indivíduos? Será que são pagos para participar deste circo?
d) O que faz com que programas deste tipo consigam um público que os acompanhe, com temáticas tão baixas e idiotas como este? O que fornece de entretenimento, conhecimento e cultura programas como este ridículo "Casos de Família" para a população brasileira que assiste a este canal chamado popular? Seria a falta de opção na TV nesse período do dia?
Ainda bem as férias acabarão, voltarei a ativa e ficarei livre de programas tão instrutitvos como este! Mas como estou na chuva, e ainda é dezembro, é pra me molhar. Fico por aqui, rindo do que se tornou a Televisão Brasileira...
Uma novela ali, um desenho aqui, um filme repetidíssimo acolá. Parei ao tentar ver um programa do SBT chamado "Casos de Família". O tema do programa (acho que cada dia deve-se debater um diferente) de hoje era: "Quero você sensual de novo".
Pelo tema já pude imaginar o que ouviria. Preparei-me o bom humor para achar graça daquilo e consegui assistí-lo. E realmente achei graça, para não falar ridículo, tanto que não resisti e aqui estou escrevendo sobre o assunto.
No palco uma mulher, de mais de 50 anos reclamando que seu marido, com quem é casada há 15 anos, já não se preocupa em dormir ao lado dela com um pijama velho, sujo e rasgado. Já não usa se preocupa usar roupas bonitas e sensuais, em se manter em forma, em levá-la ao restaurante (o sujeito respondeu que alface ela encontra por 0,50 centavos na feira...), e muito menos em usar cueca samba-calção, nem a banheira que com muito custo conseguiram adquirir (o marido, já barrigudo e que diz nunca ter traído sua esposa, afirma que precisa economizar água por ser uma questão ecológica mundial).
Depois deste animado papo vem a vez da platéia participar. Uma moça de seus 16 anos afirma que o casal precisa se amar mais, se valorizar mais. Uma senhora de idade diz que ela, assim como o marido, também não é sensual, opinando sobre o relacionamento alheio, uma terceira termina a participação da platéia dizendo que se o marido não notar a esposa que tem, o vizinho fará...
Depois destes minutos perdidos aqui estou perguntando:
a) Como uma jornalista que tinha uma trajetória tão bacana como Regina Volpato (passou pela Rede Globo e pela Band News) aceita fazer um serviço como este? Será a necessidade pessoal de se ter um programa próprio ou por quê o salário deve ser enorme? Como uma emissora, segunda ou terceira maior do país, investe em algo tão sem qualidade? Cadê programas como o extinto e saudoso Fala Garoto com Serginho Groismann?
b) Por que o governo não se preocupa com o conteúdo de programas como estes? Uma emissora de televisão é uma concessão pública que visa formar cidadãos culturalmente... mas também, é um programa do SBT, o que posso esperar de bom?
c) Como as pessoas vão para a televisão se expor desta forma, discutindo relacionamento sexual do casal na frente de uma platéia e das câmeras? O que passa na cabeça destas pessoas? Qual será a formação acadêmica e social destes indivíduos? Será que são pagos para participar deste circo?
d) O que faz com que programas deste tipo consigam um público que os acompanhe, com temáticas tão baixas e idiotas como este? O que fornece de entretenimento, conhecimento e cultura programas como este ridículo "Casos de Família" para a população brasileira que assiste a este canal chamado popular? Seria a falta de opção na TV nesse período do dia?
Ainda bem as férias acabarão, voltarei a ativa e ficarei livre de programas tão instrutitvos como este! Mas como estou na chuva, e ainda é dezembro, é pra me molhar. Fico por aqui, rindo do que se tornou a Televisão Brasileira...
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