domingo, 19 de setembro de 2010

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO – TICs PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA



TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO – TICs
Conjunto de meios de tratamento, armazenamento e transmissão da informação, em função da união da informática, da telecomunicação e do audiovisual.

Superação de uma sociedade industrial para uma sociedade da informação, em rede, baseada na tecnologia (CASTELLS, 2002).

Há a transformação do mundo, sem fronteiras, sem delimitação de territórios. Precisa-se desconstruir e reconstruir conceitos.

A internet é o coração de um novo paradigma sociotécnico, que constitui na realidade a base material de nossas vidas e de nossas formas de relação, de trabalho e de comunicação. (CASTELLS, 2003).

Sec. XV Johann Gutenerg criou a impressora. Século XX criaram os computadores e em poucos anos a rede mundial que os conecta.

Tecnologia x corpo: O corpo determina a identidade e as formas de socialização. No ciberespaço essa identidade é ambígua, uma vez que não se podem ter certezas. Há novas formas de sociabilidade. Nele, o corpo se torna um detalhe. É um hipercorpo: hibrido e mundializado por conexões de corpos pelas redes digitais (PIERRE LÉVY, 1996).

No ciberespaço, os princípios de exclusão social são diminuídos e transgredidos.

Inclusão: “sociedade começa a perceber a existência de pessoas portadoras de deficiência e a se organizar, para acolhê-las, e de outro, as próprias pessoas com deficiência começam a se mostrar, a reivindicar seus espaços, a exercer seu papel de cidadãs”. (GIL, 2002).

Inclusão digital não é somente dar acesso ao computador, é ter a possibilidade de compreender o sistema com o qual opera. Exclusão digital não é somente não ter acesso a bens eletrônicos, mas continuar incapaz de pensar, criar e organizar novas formas de produção e distribuição de informação (conhecimentos simbólicos e materiais).

ACESSIBILIDADE:

Acesso de qualquer pessoa, incluindo as pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida, ao meio físico da sociedade, ao transporte e à comunicação, garantindo sua segurança e autonomia.

A pessoa com deficiência é incluída na era digital a partir da tecnologia assistiva;

TECNOLOGIA ASSISTIVA

São recursos para a autonomia e inclusão sociodigital de pessoas com deficiências. É toda e qualquer ferramenta ou recurso utilizado com a finalidade de proporcionar uma maior independência e autonomia à pessoa com deficiência.

Também é chamada de ajuda técnica (qualquer produto, instrumento, estratégia, serviço e prática utilizados por pessoas com deficiência e pessoas idosas, especialmente produzidas ou geralmente disponíveis para prevenir, compensar, aliviar ou neutralizar uma deficiência, incapacidade ou desvantagem e melhorar a autonomia e a qualidade de vida dos indivíduos).

MEIOS:

Utilizam-se as Tecnologias de Informação e Comunicação – TICs como tecnologia assistiva quando o próprio computador é a ajuda técnica para atingir um determinado objetivo. Por exemplo a utilização do computador como caderno eletrônico por quem não consegue escrever no caderno de papel.

Utilizam-se as Tecnologias de Informação e Comunicação por meio de tecnologia assistiva quando o objetivo final desejado é a utilização do próprio computador, para o que são necessárias determinadas ajudas técnicas que permitam ou facilitem esta tarefa. Por exemplo, as adaptações de teclado, de mouse, softwares, etc.

FINALIDADES:


a) Recurso para desenvolver as potencialidades cognitivas
b) Proporcionar auto-estima e autonomia para pessoas com necessidades especiais

ACESSIBIILIDADE - Três noções:

A) Usuários – nenhum obstáculo deve ser imposto ao individuo face às suas capacidades sensoriais e funcionais

b) Situação – o sistema é acessível e utilizável em diversas situações, independentemente do software, comunicações e equipamentos

c) Ambiente – significa que o acesso não é condicionado pelo ambiente físico envolvente, exterior ou interior.

Principais dificuldades de pessoas cegas no uso da internet:

a) Obter informações apresentadas visualmente
b) Interagir usando um dispositivo diferente do teclado
c) Distinguir rapidamente os links num documento
d) Navegar através de conceitos espaciais
e) Distinguir entre outros sons uma voz produzida por síntese

AREAS DE UTILIZAÇOES DAS TICs – SANTAROSA (1997)
01) Como Sistemas Auxiliares ou Prótese para a Comunicação
O uso dessas tecnologias pode ser a única forma em que pessoas com deficiência possam vir a se comunicar e serem inseridas na sociedade.
Exemplo – tetraplégico escrevendo e digitando com uso de próteses para utilizar o teclado.

02) Como Controle do Ambiente

Possibilita pessoa com deficiência física comandar de forma remota, aparelhos domésticos, fechar e abrir portas, apagar a luz, ou seja, consiga ser mais independente nas atividades cotidianas.

03) Como Meio de Inserção no Mundo do Trabalho Profissional
Pessoas com grave comprometimento motor podem tornar-se cidadãs ativas e produtivas, em vários casos garantindo seu sustento, por meio do uso de TICs.

04) Como Ferramentas ou Ambientes de Aprendizagem
Obs. – Não precisam ser utilizadas isoladamente, muitas vezes essas áreas se relacionam entre si.

Exemplos – tela sensível ao toque ou ao sopro, detector de ruídos, mouse alavancado à parte do corpo que possui movimento voluntario para pessoas com paralisia cerebral, qualquer que seja seu grau de comprometimento motor.

"O que define o destino da pessoa, em ultima instância, não é a deficiência em si, mas suas conseqüências sociais" – Vygotsky.
Para ele, existem dois tipos de deficiência

01) PRIMÁRIA – lesões orgânicas, lesões cerebrais, malformações orgânicas, alterações cromossômicas.

02) SECUNDÁRIA – refere-se ao desenvolvimento destes indivíduos a partir de suas relações sociais ou interações com os objetos físico-sociais.

Assim, uma deficiência primária pode converter-se, ou não, numa secundária.

CLASSIFICAÇÃO DAS ADAPTAÇÕES – PROGRAMA INFOESP – INFORMATICA, EDUCAÇÃO E NECESSIDADES ESPECIAIS – OBRAS SOCIAIS IRMA DULCE – SALVADOR

01) Adaptações físicas ou órteses
Aparelhos ou adaptações fixadas e utilizadas no corpo do usuário e que falicitem a interação com o computador.

Exemplos
a) Capacete com ponteira
b) Pulseira de pesos

02) Adaptações de hardware
Aparelhos ou adaptações presentes nos componentes físicos do computador, nos periféricos, ou mesmo, quando os próprios periféricos, em suas concepções e construção, são especiais e adaptados.

Exemplos
a) Mascara de teclado
b) Teclado adaptado
c) Switch mouse

03) Tecnologia a serviço de portadores de deficiência

Exemplos:
a) Telefone para surdos
b) Olho virtual para cegos
c) Roupas específicas para deficientes físicos
d) Software especiais de acessibilidades – Kit Saci II. Eugénio, o gênio das palavras. Comunique. MicroFênix v 2.0. DOSVOX (para cegos). Virtual Vision. Jaws. AMPLISOFT.

PESSOAS SURDAS E SIGNWRITING:

As línguas de sinais atendem às necessidades de comunicação entre os surdos. Contudo quando se trata da necessidade de comunicação através da escrita os surdos têm de recorrer à escrita na língua da sociedade falante em que vivem, porque somente as línguas sonoras têm formas estabelecidas de escrita. (COSTA, 1996).

O SignWriting é um sistema de representação gráfica das línguas de sinais que permite, através de símbolos visuais representar as configurações das mãos, seus movimentos, as expressões faciais e os deslocamentos corporais. Esse sistema tem um caráter gráfico-esquemático intuitivo que funciona como um sistema de escrita alfabética, em que as unidades básicas representam unidades gestuais fundamentais, suas propriedades e relações.

Os símbolos do alfabeto SignWriting são internacionais, e podem ser usados para escrever diferentes linguagens sinalizadas tais como a Língua Americana de Sinais, Língua Francesa de Sinais, ou LIBRAS.

Possui três estruturas básicas:
a) Posição da mão
b) Movimentos
c) Contato

Possui ainda símbolos para expressões faciais, pontos de articulação, entre outros. Diversas iniciativas estão sendo desenvolvidas para difundir as línguas de sinais, inclusive através do desenvolvimento de software, como forma de apoiar a inclusão digital e social dessas pessoas surdas, porém, uma das dificuldades encontradas para o cumprimento desse objetivo ocorre no momento de se registrar as línguas de sinais na forma escrita e, por isso, existem poucos ambientes que as utilizam como idioma principal em suas funcionalidades e interfaces.

Software que utilizam da SignWriting

a) SIGNSIM – tradutor da LS para língua oral escrita e vice-versa que efetua as particularidades da estrutura das LS.
b) Visualizador em 3D – seqüência de estados para o sinal começar. Chat que possibilita a comunicação em língua oral e em língua de sinais, via escrita em SignWriting.
c) Rybená Player – Acessibilidade web que traduz textos em português para LIBRAS.
d) Dicionário LIBRAS Ilustrado
e) Swedit
f) Sign WebMessage
g) Redes Sociais – a socialização entre deficientes, e destes com não deficientes, suscita questões acerca da possibilidade de manipulação de identidades, da formação de comunidades, suspensão do estigma e da coexistência do deficiente no ciberespaço e no espaço físico.
OBSERVAÇÃO:
Este texto é um resumo que eu produzi com o material de aula da disciplina Tecnologias Educacionais Inclusivas - Nucleo Comum: Educação e Inclusão, da Pós-Graduação em LINGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS da Faculdade Educacional da Lapa / EADCON. 2010. Produzido em 18/09/2010.

COMO CITAR ESTE ARTIGO:

NOVAES, Edmarcius Carvalho. "Tecnologias de Informação e Comunicação - TICs para Pessoas com Deficiência". Disponível em http://www.edmarciuscarvalho.blogspot.com/ em 18 de setembro de 2010.

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