sábado, 21 de agosto de 2010

EDUCAÇÃO VEM DE BERÇO!


Viver é um eterno aprendizado, já dizia o poeta. E aprender é um exercício que só se concluí quando se pode aliar a teoria e a prática. A teoria sozinha, muitas vezes, pode ser compreendida, porém não apreendida. Isso só se dá quando a prática comprova a teoria e em razão desta experiência, fática, o conhecimento teoricamente compreendido é então, apreendido.

Um axioma que sempre compreendi teoricamente, hoje pude apreender. Estupidez, grosseria, prepotência e deselegância não têm nível econômico, social e principalmente, intelectual. A prática de hoje me comprovou que existem sim pessoas de alto nível intelectual que assim o são. Confesso que pude perceber também que existia em mim certo pré-conceito a esse respeito, porque o fato de existir – e eu ter tido o desprezar de conviver – pessoas de alto nível intelectual que são estúpidas, grossas, prepotentes e deselegantes, me deixou um tanto quê estarrecido.

Mesmo que não seja geral, o que pude perceber que tais pessoas na realidade devem ser frustradas. Passam anos a fio em academias, se aprofundando em estudos, teorias, posicionamentos, linhas de pesquisas de outros mestres, doutores e em razão disto quando se dão conta, a vida já passou e elas não a viveram integralmente. Talvez isto justifique o modo de vida que possuem: vivem de aparência, afinal perante seus alunos são mestres, doutores, senhores respeitadíssimos da mais alta nata academia, pois são os donos da verdade, porém, em seus quartos, choram após tomar doses de remédios para controlarem suas bipolaridades, suas manias.

Por esta experiência de hoje e outra já vivida, fico aqui comigo indagando: será realmente que vale a pena estudar tanto, se tornar mestre, doutor em algo e não saber ser o mínimo necessário nas relações pessoais? Será que vive melhor o seu José ou dona Maria do alto da pior comunidade que existe numa cidade, que faz malabarismo com seu mísero um salário mínimo pra sobreviver, mas que são doutores na arte da educação, do respeito com o próximo, mesmo que sofram muito mais na vida do que ilustríssimos ‘senhores doutores’, mas nem por isso se escondem atrás de possíveis bipolaridades para se justificarem ao serem estúpidos com o próximo?

Infelizmente tenho percebido a cada vez que me adentro nessa área é que a prepotência, a arrogância, o sentimento de proprietários da verdade é talvez o pior defeito dos diplomados senhores mestres e doutores. Esquecem-se do retrógado dito popular que educação é algo de berço – talvez o esquecimento se dê em razão do preconceito com axiomas populares, pois estes não se coadunam com o alto nível de intelectualidade que possuem.

Esquecem os estimados mestres e doutores, possuidores de elevados níveis intelectuais, cátedras das elites pensantes que não há diferença entre intelectuais e analfabetos, brancos e negros, ricos e pobres. Somos todos seres humanos. Finitos. Seus conhecimentos intelectuais são perecíveis com o tempo. Findam-se aqui. Não se leva para a outra vida.

Ser mestre, doutor é ser aquela pessoa que mesmo sendo aplaudido fervorosamente por súditos, sabe sorrir, conversar e conviver normalmente com todas as pessoas, inclusive com as mais humildes, analfabetas, porém, são doutoras no conhecimento empírico. Ser mestre, ser doutor é ter acesso a um mundo novo, sem se esquecer da necessária educação de não desprezar, inferiorizar quem, seja pelo motivo que for, não pode o mesmo. Ser mestre e doutor é saber que não há diferenças entre os seres humanos. É saber que nada sabem, por isso, um pouco mais de humildade, educação e respeito ao próximo sempre é o ideal. Tais senhores ainda talvez não possuam estas qualidades porque ainda não há um curso de mestrado e doutorado em humildade, educação e respeito, o que evitaria o desprazer de conviver com isto.

Sábio deve ser mesmo o entendimento popular: educação vem de berço!

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