quarta-feira, 18 de março de 2009

CLODOVIL: MORREU E VIROU SANTO!


Dizem que depois que as pessoas morrem, viram ‘santas’. Raramente se vê alguém falando mal de um defunto. Quando eu morrer não desejo virar ‘santo’, para quem nunca me viu assim. Pelo contrário, por não ter sido considerado por estas pessoas como ‘santo’ - e por tal razão não termos tido aproximidade -, espero sinceramente que elas compareçam ao meu velório, e se possível, que teçam comentários maliciosos a meu respeito e depois confiram se realmente ficaram livres de mim. Até porque se não fizerem isto na vida, foi porque eu fiz primeiro. Existem alguns velórios que não perco por nada nessa vida! A não ser que eu tenha ido primeiro!

Enfim, algumas pessoas marcam sua passagem na terra pela singularidade de personalidade. Diferente da maioria das pessoas, morreu ontem o estilista, apresentador de televisão e deputado federal Clodovil Hernandes, conhecido pelo seu posicionamento sincero em relação à sua orientação sexual e sobre tudo o que opina, uma vez que não se preocupa em ser politicamente correto – algo tão em voga – quando queria expor seu ponto de vista.

Talvez o maior ícone de um extrato social – o homossexual – nem por isso defendia os direitos de seus semelhantes. Dizia não crer em Deus e sim numa força maior, talvez a da natureza. Causou polêmica ao expor juízos de valores sobre negros, judeus e prostituição. No Congresso foi visto como uma figura transgênica. Por estas razões ou é visto como alguém de personalidade que por isto irá fazer falta no cenário brasileiro, ou como um ser repugnante, que se acha melhor do que as outras pessoas. Considero que ele foi um artista diferente da maioria. Era inteligente, sarcástico, por isso, polêmico.

Como artista, Clodovil era assim. Ele fará falta pela ausência atual de pessoas públicas, que se tornaram polêmicas – como também foi Dercy Gonçalves – por dizer algumas verdades, que precisam (ou não) ser ditas, mesmo que seja para o entretenimento geral da nação.

Não gosto muito de pessoas comuns demais. No geral, posso até não gostar do posicionamento que se alguém decide tomar, não concordar com suas vontades, mas ter personalidade própria e saber se posicionar diante das circunstâncias da vida é uma qualidade imprescindível. Gosto de pessoas inteligentes, singulares. Merecem o respeito e a admiração. Se irão virar 'santas' depois de mortas, isso depende da opinião alheia!

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